Empresa Simples de Crédito já tem mais de 350 firmas em cinco meses

21/10/2019 • Políticas de Crédito
Carlos Melles, presidente do Sebrae
Carlos Melles, presidente do Sebrae – Agência Sebrae

Em cinco meses, foram criadas mais de 350 Empresas Simples de Crédito (ESC) no país, uma média de duas a cada dia, superando as expectativas para este ano. O balanço apresentado pelo Sebrae mostra que apenas dois estados (Acre e Rondônia) ainda não possuem esse novo modelo de negócio, que possibilita aos donos de micro e pequenas empresas obter crédito com juros mais baixos e sem burocracia.

A lei que criou a ESC, sancionada no dia 24 de abril, foi uma ação coordenada pela Frente Parlamentar Mista das MPEs, com o apoio do Sebrae, e deve injetar cerca de R$ 20 bilhões por ano nos pequenos negócios e na economia do país. São Paulo, onde foi criada a primeira empresa dessa natureza, lidera o ranking com 121 ESCs em operação.

Paraná vem na segunda colocação com mais Empresas Simples de Crédito criadas (28), seguido de Minas Gerais (26), Santa Catarina (25) e Rio Grande do Sul (23). O balanço mostra que o capital total de todas as ESC no Brasil é de R$ 168 milhões, sendo o menor de R$ 4 mil e o maior de R$ 10 milhões.

De acordo com o levantamento, o aporte mais frequente é de R$ 100 mil. A expectativa do Sebrae era de que o número de empresas chagaria a 300 até o fim de 2019. Mas elas já somam 353 empresas abertas, a três meses do fim do ano. A meta do Sebrae, governo e outros parceiros que contribuíram com a criação da ESC é chegar a mil empresas, até 2020.

“Assim como a criação do Microempreendedor Individual (MEI), do Simples Nacional, a Empresa Simples de Crédito foi uma das grandes vitórias dos pequenos negócios, que agora têm um acesso mais fácil ao crédito, sem a burocracia das instituições financeiras e os juros altos”, ressalta o presidente do Sebrae, Carlos Melles. “Além disso, o dinheiro circula no próprio município, na comunidade, o que faz com que a economia local se movimente”, acrescenta Melles, ressaltando que, se uma pessoa tem dinheiro para aplicar, é mais fácil fazer isso no empreendedorismo, o que vai garantir a geração de mais empregos.

Conforme pesquisa do Sebrae realizada em 2018, só 14% dos pequenos negócios tomaram novos empréstimos em bancos. O levantamento também mostrou que 62% das micro e pequenas empresas têm aversão a esse tipo de operação e 61% avaliam que o serviço é ruim ou muito ruim, sendo a pior avaliação dos últimos seis anos.

A principal dificuldade para 47% dos entrevistados pela pesquisa é a taxa de juros muito alta, o que levou 54% das MPE a negociar prazos maiores de pagamentos com fornecedores, adotar o cheque pré-datado, cheque especial ou recorrer ao cartão de crédito.