Camila Caetano – especial para o Diário
Todos sabemos que após a pandemia, a sociedade, ao invés de retomar e dar continuidade a um caminho que foi interrompido pela crise, se reestruturará e começará a traçar passos com destino a um novo mundo. As mudanças prometem se espalhar em todos os setores, e principalmente o de turismo, que é um dos mais afetados no momento. De acordo com informações que foram divulgadas pela Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) no dia 14 de abril, as medidas adotadas para frear a disseminação do vírus no país neste ano já contabilizam uma perda equivalente a cerca de 25% de todo o faturamento das operadoras em 2019, que foi de R$ 15,1 bilhões.
O futuro promete mudar a forma em que montamos nossos roteiros de viagem. Por exemplo, se antes escolhíamos um destino pelo seu belo visual, praias paradisíacas, ou ainda pelo número de estrelas de um hotel, após a pandemia, tendemos a optar por aqueles lugares que tenham implantado mais protocolos de segurança. Diante do assunto, Margareth Carva, coordenadora de turismo do Sebrae salienta alguns pontos.
De acordo com ela, mesmo não podendo viajar nesse momento, algumas pessoas estão buscando possíveis destinos, e, pesquisas destacam que, quando o turismo puder retomar suas atividades após a quarentena, as pessoas optaram por viagens curtas, em seus próprios carros, com a família. Além do mais, o ecoturismo promete ganhar visibilidade.
– Antes, costumávamos escolher um hotel pelo preço, local, ou serviço fornecido por ele. Após a pandemia, esses fatores não farão tanta diferença pois os protocolos de segurança que o hotel segue serão muito mais relevantes. Além disso, as pessoas darão prioridade às atividades ao ar livre. Na retomada do movimento, o ecoturismo e o turismo natural ganharão mais visibilidade, é importante que os hotéis saibam trabalhar as questões da sustentabilidade, pois os hóspedes também estarão mais inclinados ao consumo consciente – contou ela.
Margareth Salienta dizendo que os hotéis terão que adaptar os seus modelos de negócio a essas escolhas dos viajantes. Por exemplo, se antes, no café da manhã eles forneciam a refeição no modelo buffet, agora, muito provavelmente isso não será mais possível.
– Os hotéis e hospedagens terão que se organizar para fornecer o café da manhã no quarto dos hóspedes, se planejar para não formarem aglomerações e implantar protocolos atrelados à questão sanitária que garantem que os mesmos não serão prejudicados na saúde – destaca.
Dicas aos negócios envolvidos com turismo:
De acordo com ela, após a pandemia, os negócios terão que implantar algumas medidas como por exemplo:
Forte presença digital: a presença digital e organizada, é muito importante pois os hóspedes se programam antecipadamente. Os turistas buscarão confiança e percepção de segurança e as hospedagens terão que utilizar a tecnologia pra consolidar as interações com os clientes, e disponibilizar informações prévias como por exemplo, os protocolos de segurança que estão adotando. Uma boa presença digital é muito importante, pois as pessoas vão querer resolver a questão da reservas, do check-in e ademais de forma virtual.
Capacitar os funcionários: as equipes terão que estar preparadas para lidar com as mudanças.
Não gerar aglomerações: esta medida deve ser seguida por todo tipo de negócio. Todos terão que se reestruturar para ter um controle no número de hóspedes e não gerar aglomerações, até mesmo o ecoturismo.
A profissional ressalta que toda a cadeia que circunda o turismo, como por exemplo, restaurantes, locais de passeio, e afins, têm que estar preparados para dar segurança aos hóspedes, e que sendo assim, tudo terá que ser muito bem estruturado.
– As medidas devem ser implantadas não só pela hospedagem, mas por toda rede, visto que em algumas operadoras indicam muitos passeios aos hóspedes. Por exemplo, pra um hotel indicar determinados passeios, ele terá que saber se os seus parceiros estão seguindo atentamente aos protocolos de segurança – finalizou, informando que como os viajantes estarão buscando experiências únicas, a cultura local, e a produção artesanal tendem a ser mais valorizadas.
Outras informações como essas podem ser obtidas pelo contato com o Sebrae, que está dando todo suporte às empresas. O órgão está atendendo por WhatsApp (96576-7825), redes sociais, Chat, E-mail, além do portal (especialcoronavirus.rj.sebrae.com.br) totalmente voltado para apoiar a micro e pequena empresa no período de crise.
